O TOPO DO MUNDO

Alasca, EUA

Texto & Fotos: Robert Ager & Grace Downey

Durante todos os longos dias a caminho do norte, lembrávamos que nossa missão era chegar ao oceano Ártico. Lá finalmente pararíamos e daríamos meia-volta. Estávamos nos aproximando desse momento e o último obstáculo era a Dalton Highway, a estrada mais boreal dos Estados Unidos. Oficialmente a estrada é de cascalho, mas era muito melhor que várias estradas de asfalto por onde passamos na América Latina.

Pela manhã, uma mistura de empolgação e frio intenso fez com que nos levantássemos bem cedinho. Mesmo com todos os nossos sacos de dormir e várias camadas de roupa, gorros de lã e luvas, não poderíamos esperar mais para sentir o calor do sol da manhã. Devido a uma ponte caída e de termos partido tarde no dia anterior, ainda tínhamos as formidáveis montanhas Brookes pela frente.

O cenário, até o momento, não nos parecia muito ártico — mesmo percebendo que as árvores se tornavam cada vez menores e mais esparsas, ainda estavam lá, decorando a paisagem. O fato de ser outono também adicionou um pouco de cor a uma paisagem que havíamos imaginado ser mais desolada.

O Passo de Atigun mudou tudo isso. Ao nos aproximarmos, sentimos calafrios. Subindo devagarzinho para além do limite da neve, tivemos de passar por uma neblina espessa que parecia grudar na estrada. O ar estava gelado e nossa calefação trabalhava a todo vapor!

A neblina funcionou como uma cortina e quando saímos do outro lado do desfiladeiro, descobrimos um mundo todo novo à nossa frente.

Vislumbramos a extensa planície e vimos pouca vegetação e nenhuma árvore. Este era o atoleiro permanentemente congelado da tundra ártica, uma das últimas regiões verdadeiramente silvestres dos Estados Unidos.

Aqui a fauna selvagem ainda perambula livremente e por enquanto domina o terreno. Como para comprovar nossa afirmação, em alguns minutos encontramos um pequeno rebanho de raros bois almiscarados à beira da estrada.

Era um território lindo para atravessar dirigindo, e apesar de termos chegado tarde para o famoso “sol da meia-noite”, ainda estava claro suficiente para seguirmos até tarde da noite. Não encontramos praticamente ninguém, somente um ou outro caçador e os corajosos residentes das estações de petróleo. 

Seguimos por este panorama todo plano durante horas, parando ocasionalmente para observar caribus ou para sair à procura de ursos. Finalmente alcançamos o solitário povoado de Deadhorse, na baía de Prudhoe.

Essa pequena vila foi construída exclusivamente para servir à indústria petroleira, e marca o início do enorme oleoduto Alaska Pipeline, que bombeia óleo até o porto de Valdez, atravessando todo o Alasca. Navios não podem chegar à baía de Prudhoe no inverno, pois o mar congela.

Não tínhamos interesse em ficar aqui, queríamos apenas ver o oceano. Perguntamos na mercearia geral do lugar e nos disseram que seria difícil, porque a temporada de visitação estava oficialmente encerrada. O que nós não sabíamos era que a faixa de terra beirando o oceano era de propriedade de uma companhia de petróleo, e que por motivos de segurança, só era permitida a visitação com o acompanhamento de um guia oficial. Os guias já haviam voltado para casa, estavam de férias!

Mesmo assim tentamos telefonar à matriz em Anchorage explicando que havíamos vindo do Brasil, mas a resposta foi não. Imploramos para os guardas da portaria de segurança, e por mais que eles tenham tentado obter permissão para nós, o resultado final foi negativo. Tristemente nunca chegamos ao oceano Ártico.

Mesmo desapontados, havíamos chegado ao ponto mais ao norte possível, 400 quilômetros ao norte do Círculo Polar Ártico. Um ponto muito significativo da nossa aventura havia sido alcançado e estava na hora de dar meia-volta.

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